O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu Ann Romney, mulher de seu provável rival nas eleições presidenciais, o republicano Mitt Romney, após um estrategista democrata ter dito que ela “não trabalhou um único dia de sua vida”. Dada a importância do voto feminino na votação de novembro, Obama tentou se distanciar do comentário da analista Hillary Rosen, que como ele integra o Partido Democrata.
Segundo Obama, “nenhum trabalho é mais difícil do que ser mãe”. “Não tenho paciência para comentários sobre as mulheres dos políticos”, afirmou, em entrevista a uma emissora americana. “Com a gente, tudo bem. Nossos familiares são civis. Não conheço a Sra. Romney, mas não sei se ela necessariamente se voluntariou para isso (ser mulher de um candidato à presidência)”.
O comentário sobre Ann Romney foi feito pela estrategista democrata Hillary Rosen, que depois pediu desculpas. “Como mãe, sei que criar os filhos é o trabalho mais difícil que existe”, afirmou. “Não soube escolher minhas palavras.”
Hillary fez o comentário em entrevista à rede CNN, no momento em que argumentava que Ann, sendo mulher de um rico executivo do setor financeiro, não entende as dificuldades económicas dos americanos – um ataque constantemente feito a Romney.
Por sua vez, a equipe de Obama tentou “apagar o incêndio”. "Não poderia discordar mais de Hilary Rosen. Os comentários dela foram errados, e a família deveria ser intocável. Ela deveria pedir desculpas", disse Jim Messina, diretor da campanha de Obama, pelo Twitter.
David Axelrod, importante assessor da campanha do presidente, também usou o Twitter para qualificar as declarações de Rosen como "inapropriadas e ofensivas".
A primeira-dama Michelle Obama também levou o assunto para o seu Twitter. "Toda mãe trabalha duro, e toda mulher merece ser respeitada", disse ela.
Várias pesquisas apontam Romney à frente de Obama entre os eleitores homens, mas cerca de 20 pontos percentuais atrás do presidente entre as mulheres - o que desequilibra a disputa em favor do democrata. As mulheres representam 53% do eleitorado.
Para Jennifer Lawless, diretora do Instituto de Mulheres e Políticas da Universidade Americana, a reação das duas campanhas à polêmica é "uma óbvia tática para tentar demonstrar que eles entendem as eleitoras”.
Com Reuters
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